Chuva, trânsito e impostos


Por Rodrigo Cozzato

Choveu ontem (3/12) em São Paulo, em duas horas, 25% do que era previsto chover o mês todo. O temporal causou estragos na cidade toda, provocou cinco seis mortes, deixou 30 carros submersos, 46 pontos de alagamento e quase 200 quilômetros de vias congestionadas – segundo a CET; na prática, o engarrafamento é muito maior.

Às 22h, vias importantes, como as avenidas Bandeirantes, Pompeia, JK, 23 de Maio, a Radial Leste, o túnel Ayrton Senna e vários trechos das marginais do Pinheiros e do Tietê registravam trânsito lento ou parado.

Na quarta-feira (2/12), eu havia demorado 40 minutos do meu trabalho até a Praça Pan-Americana (três quarteirões). E não estava chovendo. Temendo o pior, ontem revolvi fazer um caminho totalmente diferente. Segui pela av. Dr. Gastão Vidigal, rodovia Anhanguera e Rodoanel, para acessar a Raposo Tavares já no km. 21.

Pouco? Não, muito. Andei muito mais do que o normal, mas o trânsito fluía bem, com alguns pontos de lentidão, e demorei “apenas” uma hora para chegar em casa. Prefiro gastar combustível com o carro andando do que parado, em primeira e segunda marchas.

O absurdo disso tudo é que não vemos o poder público mexer uma palha para tentar melhorar o caos que é o trânsito em São Paulo – e que piora cada vez que chove. O rodízio não funciona. Quem não tem dois carros, acaba indo trabalhar antes ou depois do fim da restrição. Rodízio de caminhão eu nunca vi funcionar. O transporte público é uma piada – uma triste piada – e caro.

Absurdo também que em janeiro você e eu vamos desembolsar uma bela grana com IPVA e DPVAT. Some a isso o gasto com combustível e o tempo parado nos congestionamentos. Acho que você preferiria usar seu décimo terceiro com uma merecida viagem ou um belo presente de natal, não é?

Enquanto isso… Os políticos paulistanos decidem se o prefeito municipal terá ou não (alguém duvida?) um aumento salarial – dos atuais R$ 12 mil, pode chegar a até R$ 22 mil. É mole?

Até quando vamos ser tratados assim? Até quando vamos assistir a tudo isso dentro do carro parado ou dos ônibus e trens lotados? Não é justo que São Paulo, uma das maiores cidades do mundo, “a cidade que nunca para”, pare a cada chuva que caia. E olha que o verão está só começando.

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