Espelho, espelho meu


Por Rodrigo Cozzato

Prometo que não irei dizer que “espelho não serve só pra maquiagem”. Ontem à tarde, voltando do trabalho, me surpreendi ao pegar a Raposo Tavares e não ver aquele trânsito parado desde o começo. As três faixas seguiam livres.

Estava eu na faixa da esquerda a uns 60, 70 km/h, acelerando, ainda nos primeiros metros da estrada, bem no meio da subida. Para minha surpresa, um VW Gol preto, dirigido por uma mulher, veio da faixa da direita para a esquerda de uma vez, sem parar na do meio.

Para não ser abalroado, ‘pisei’ na faixa branca e passei perto, mas muito perto, do muro. Após uns toques na buzina – sem resultado –, ao passar pelo carro, dei uma olhadela para ver o rosto de quem quase me matou e, para minha nova surpresa, a mulher estava com fones de ouvido nos dois ouvidos. Ouvindo sei lá o quê, mas estava. Ou seja, ela não me viu e nem viu o que ela fez. Não a xinguei. Mas tenho certeza que ela pensou: “Ah, esses motoqueiros!”. Ou coisa pior.

Hoje pela manhã, novamente um susto (dessa vez eu estava de carro): no acesso para o Jardim Peri-Peri, aquela descida sentido São Paulo que fica complicada todo santo dia, o trânsito estava parado nas faixas da direita e do meio. Eu seguia pela faixa da esquerda, a 60 km/h no máximo, quando uma caminhonete GM A-10, conduzida por um homem, simplesmente saiu do meio e veio para a esquerda, sem seta e sem cerimônia. Detalhe: a frente do meu carro já estava na metade da caminhonete. Novamente para não ser abalroado, freada brusca minha e de quem estava atrás.

Nos dois casos, faltou uma das atitudes mais básicas do básico do básico do básico para qualquer condutor: olhar no espelho retrovisor antes de qualquer mudança de faixa. Nunca, eu repito, NUNCA se deve mudar de faixa em uma rodovia ou avenida, fazer uma conversão, diminuir a velocidade, estacionar, sair do estacionamento ou adentrar uma via sem antes olhar para o retrovisor (e dar seta, claro).

A prova de que tudo isso acontece e acaba em acidente está no muro de proteção da Raposo. Pintaram-no não faz muito tempo, mas é fácil ver quantas e quantas esfregadas e batidas estão estampadas lá no coitado. Sem contar os cacos de vidro dos faróis, os pedaços de para-choques, calotas das rodas e muitas outras peças.

Muitas vezes os motoristas se distraem com coisas ou barulhos alheios, como o celular, a música no rádio, etc. Mas, ainda assim, olhar para o espelho retrovisor é sua obrigação para ver o que acontece atrás de você, quem vem atrás e principalmente para evitar qualquer surpresa, a você e aos outros.

Afinal, espelho não serve só pra maquiagem. Ops! Eu prometi que não ia falar isso…

Uma resposta to “Espelho, espelho meu”

  1. Cezar Says:

    Ando de moto todos os dia e jejo que isso é realidade, por isso alem do farol sempre ligado (as vezes em luz alta!!!) ainda uso um escape esportivo, assim quase todos me veem!

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s


%d blogueiros gostam disto: