Por Rodrigo Cozzato
Hoje pela manhã, deparei-me com um pequeno acidente envolvendo uma motocicleta no km. 12 da Raposo Tavares, bem na curva à direita antes do primeiro semáforo para quem segue a São Paulo. Havia dois carros, mas aparentemente não estavam envolvidos, apenas prestavam socorro.
O motociclista, um senhor, não apresentava ferimentos graves, mas estava sentado à espera do socorro. Naquele momento, apenas o DER bloqueava a faixa da esquerda, o que causou um considerável engarrafamento.
O que vou dizer aqui já foi falado em prosa e verso por este e por outros blogs, mas acaba por passar despercebido por dez entre dez motoristas e motociclistas: o cuidado triplicado em fazer mudanças de faixa e/ou trafegar no corredor nas curvas. É bastante provável que aquele senhor foi surpreendido por algum carro mudando de faixa bem no meio da curva, deve ter freado forte ou desviado e perdeu o controle.
Mas não são apenas os motoristas que abusam da sorte ao “achar” que a faixa do lado está andando mais rápido; os motociclistas deitam e rolam na velocidade, mesmo nas curvas, nas quais a visibilidade é reduzida — e o tempo de reação para uma manobra ao encontrar um carro atravessado na faixa é infinitamente menor.
Não custa o motorista esperar sair da curva para mudar de faixa. Você não vai ganhar dez segundos no seu dia — muitas vezes vai perder mais que isso — e vai se arriscar e expor seu veículo demais. Também não custa ao motociclista que se aventura pelo corredor diminuir a velocidade nesses trechos críticos. Você não vai ganhar dez segundos se acelerar feito um louco e, se encontrar um carro mudando de faixa, o tempo que vai perder pode ser bem maior.
Pitacos
Ainda sobre o acidente de hoje, a faixa da esquerda estava bloqueada e o DER desviava o trânsito para a faixa do meio. O que se via era um festival de motociclistas freando ou desviando bruscamente, buzinando, xingando e ameaçando bater no espelho retrovisor dos carros que mudavam de faixa.
Ora, senhores motociclistas, quem disse que a via é só nossa?! (me incluo, sou motociclista também!) Pra onde vocês queriam que os carros fossem? Que passassem por cima do acidente? Vamos respeitar um pouco mais o outro.
E, para o DER, fica aqui meu recado: não basta colocar a viatura no meio da faixa e uma meia dúzia de cones alaranjados. Num acidente como o de hoje, no meio de uma curva, a sinalização deve ser feita bem antes — e também não custa alguém do departamento ficar no começo do desvio sinalizando com uma bandeira ou mesmo com a mão.
22/01/2010 às 10:30 AM |
Olá,
aproveitando o tema, sugiro dois posts. Um que fale sobre a curva do km 21, que não raro tem acidentes (eu mesmo já me envolvi em um lá, desviando de um carro que havia rodado e parado no meio da pista). Não consigo entender porque tem tantos acidentes lá. Não é uma curva excepcionalmente difícil de fazer.
E outro sobre a curiosidade mórbida que os motoristas têm sobre acidentes. Às vezes o acidente é no outro sentido da rodovia e mesmo assim tem trânsito porque os curiosos desaceleram para ver os destroços e o resgate. Acho que nesse caso falta bom senso dos motoristas e alguma criatividade aos órgãos competentes. Não bastaria levar uns biombos retráteis – em tecido ou plástico – pra impedir a visão do acidente?
abraços!
22/01/2010 às 10:50 AM |
Olá, Bruno, muito obrigado pelo seu comentário.
Os dois temas sugeridos já foram abordados pelo Acelera! e continuarão sendo, mas, infelizmente, não temos tanta esperança que mude muita coisa. Se mudar uma pessoa apenas, daremo-nos por satisfeitos. Falta tudo na Raposo: tratá-la como uma rodovia (e não uma avenida), falta sinalização, limpeza, conservação, obras de verdade, uma série de coisas. Mas em 99,9% dos casos, como você mesmo disse, falta bom-senso ao motorista.
Abraços,
Rodrigo Cozzato.
22/01/2010 às 6:03 PM |
Outra ponto importante destacar em qualquer acidente na Raposo e de qualquer porte, é que o DER e a Polícia Rodoviária não tem a menor preocupação na segurança dos demais motoristas e na fluidez do trânsito.
Se um carro estiver parado e com o pneu furado na pista da esquerda (e isso já vi acontecer), o DER manda uma picape que vai ficar esperando o guincho chegar. Todos sabemos que a mobilidade de um caminhão guincho é muitas vezes menor que a de um carro, portanto, até checar ao local pode demorar muito tempo. Lembrando que antes deste local, provalmente não haverá a devida sinalização ou atuação da PR.
Neste acidente de hoje, vi o motoqueiro sentado e encostado na parede, e os dois carros que poderiam ter sido direcionados para o récuo da pista, ao lado direito, que não fica a mais de 100m deste local, ocupavam a pista esquerda.