Por Rodrigo Cozzato
Quem circula pela rodovia Raposo Tavares diariamente (ou melhor, fica parado) vê cenas inimagináveis no trânsito, que beiram o absurdo. É tanta barbeiragem, irresponsabilidade e inconsequência que dá até medo.
Atrocidades de todos os tamanhos. Carros andando a 120 km/h na faixa da direita, pesados caminhões se arrastando na esquerda. No meio disso tudo, carros, motos, ônibus, micro-ônibus, lotações, escolares e até bicicletas.
Mas o que não é comum mesmo de se ver é uma fiscalização mais categórica pela Polícia Rodoviária. É difícil ver os policiais de fato trabalhando no trecho da Raposo entre São Paulo e Cotia — digo, trafegar pela rodovia. Ficar parado no canteiro é fácil, e tenho convicção que os patrulheiros fazem vista grossa com muitos desrespeitadores da lei, pois é possível ver muitos motoristas cometendo infrações gravíssimas na frente deles.
Quando a fiscalização acontece, sempre vemos policiais averiguando a documentação de carros novos, modelos caros; há uma espécie de meta de veículos a serem parados diariamente. Porém, difícil mesmo é ver caminhões, ônibus e vans serem abordados.
A pergunta que fica é: quem fiscaliza os grandões? Por que o rigor não é o mesmo com os caminhões (aqueles que trafegam como se fossem um carro pequeno), ônibus (que levam 40, 50, às vezes mais de 60 passageiros) e vans (abarrotadas de gente e andando em alta velocidade)? Ora, a responsabilidade de um motorista desses citados é bem maior daquele que anda sozinho. Se um motorista de ônibus cometer um erro, cochilar ou fazer uma manobra perigosa, quantas pessoas estarão em perigo?
Esta semana, carro, caminhão e ônibus colidiram na rodovia Fernão Dias na chegada a São Paulo. Houve mortes e dezenas se feriram. O condutor do ônibus, alcoolizado e trafegando muito acima da velocidade, foi o responsável. Eu já presenciei por diversas vezes motoristas de lotação consumindo cachaça em uma padaria ao lado de um ponto final. Motoristas irresponsáveis que, depois de consumir a bebida, lotam seus micro-ônibus e andam pela Raposo a mais de 100 km/h.
Outro exemplo que flagrei ontem: uma van escolar cheia de crianças, trafegando em alta velocidade na faixa da esquerda. O curioso é que na traseira do veículo havia um adesivo indicando que era respeitada a velocidade de 60 km/h. No caso de um acidente, dá para esperar o pior, pois as crianças não utilizam cinto de segurança na maioria dessas vans.
Este blog já cobrou e vai continuar a cobrar uma fiscalização mais severa da Polícia Rodoviária, seja com motoristas, seja com motociclistas. Não é possível que esse movimentado trecho da Raposo Tavares seja tão negligenciado pelas autoridades — e seja terra de ninguém.
05/02/2010 às 8:08 PM |
Vcs tem toda razão, a fiscalização da Rodoviária no trecho de Cotia até SP parece que é só pra marcar presença. Um fato contumaz: eles ficam ali no final do acostamento do Rancho da Pamonha, na altura do km 26, onde muitos “espertinhos” aproveitam para cortar o trânsito pelo acostamento subsequente à faixa de ônibus. Quem fica (como eu) na faixa regular, se sente bem “trouxa” ao ver adiante a Rodoviária lá parada, e os espertinhos saindo fora na maior…
08/02/2010 às 2:45 PM |
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