Por Rodrigo Cozzato
Parei hoje cedo no posto de combustíveis do Carrefour, na Raposo Tavares. As duas cancelas eletrônicas resolveram dar problema ao mesmo tempo, e logo uma fila se formou. Como de praxe, os espertinhos davam um jeito de furar fila e irem se enfiando na frente de quem já estava por lá.
Quando um funcionário do supermercado apareceu para resolver o problema, eis que ao meu lado para um táxi. Do nada, o motorista deu umas buzinadas alucinadas, nervosas. Meio que num instinto, virei pro lado e tentei conversar com ele. Segue o diálogo:
— Buzinar não vai fazer o cara arrumar mais rápido, amigão!
— É– é… É que eu conheço o rapaz aí na frente.
— Ah, ok. Desculpa aí.
— Por que, você está incomodado?
(Obviamente que sim.)
— Só quis dizer que buzinar não ia adiantar, mas se você conhece o cara, tudo bem.
— É, se eu tiver incomodando, você fala, seu–
A partir daí, o “monólogo” se torna impublicável. Peguei meu cartão de acesso ao estacionamento, dei as costas e deixei o sujeito falando sozinho.
Claro que me incomodei. Quem merece ser atazanado com umas belas dumas buzinadas logo cedo? Tudo bem, tomei conhecimento do motivo, me desculpei, mesmo não compactuando com a situação. Não sou obrigado a concordar com umas buzinadas em alto e bom som por causa de “ver um amigo”. Oras, não percebi nenhum aceno de alguém que estava lá na frente. Menos ainda vi o taxista com cara de quem cumprimentava um amigo.
As pessoas se dispõem a sair armadas de casa logo cedo para matar seus inimigos no trânsito com xingamentos, desaforos, afrontas e atos de machismo. Se o taxista em questão estivesse de fato armado, eu poderia me dar mal. E se eu fosse do mal e também estivesse de fato armado, uma grande duma lambança iria acontecer com certeza.
Tags: buzina, impaciência, intolerância, Raposo Tavares
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