Archive for the ‘Segurança’ Category

Duas histórias, dois finais diferentes

20/09/2010

Por Rodrigo Cozzato

Após quase dois meses sem nenhuma novidade no blog do Acelera, Raposo!, eis que resolvo dar novamente as caras. Peço desculpa a você, leitor, pelo sumiço, mas diferentes compromissos profissionais e pessoais me forçaram a esse afastamento. E creio que o assunto aqui abordado mereça atenção maior do que apenas alguns poucos minutos por dia.

Nesse tempo, trafegando todos os dias pela Raposo Tavares, observei e refleti muito. Reparei que em quase dois meses longe dessas linhas, nada mudou. Nada. Os congestionamentos continuam iguais ou piores. A manutenção da rodovia é para inglês ver. O DER não acaba as obras nunca. A Polícia Rodoviária finge que fiscaliza. E os acidentes continuam a todo vapor.

Também durante esse tempo, recebemos alguns bons comentários de leitores ‘cobrando’ a volta do Acelera! E isso é muito gratificante, pois mostra que nosso trabalho é bem-feito. Fomos citados pelo jornal Visão Oeste, de Osasco (N.E.: o Acelera! é feito por mim, Rodrigo Cozzato, e por Fernando Pedroso). Porém, dois comentários em especial me chamaram atenção.

O primeiro, da leitora Luciana Fernandes, conta uma história triste. Ela é prima de um motociclista que morreu em acidente na Raposo em 29 de abril, o qual foi noticiado e amplamente repercutido por nosso blog. Segundo Luciana, seu primo, o qual ela chama de Zé, tinha 28 anos, era filho único e deixou uma filha de 3. Ainda de acordo com a leitora, a família ainda não superou a morte do motociclista, principalmente a mãe dele.

“O Zé era a razão do seu viver. Em sua residência, moravam somente ele e sua mãe. Zé era um primo muito alegre, extrovertido, cativava qualquer pessoa que com ele fazia amizade. Estava realizando seu sonho, estava tão feliz por ter conseguido bolsa de estudos, ele estava no seu terceiro mês de faculdade, mas não deu tempo”, relata Luciana.

Já o segundo, de José Mário Cândido, também relata um acidente, mas este sofrido por ele próprio. Cândido relata que trafegava de moto pela primeira vez na Raposo Tavares e que teria perdido o controle em uma curva próxima ao Rodoanel. Pelas fotos enviadas por e-mail e pelo relato, os ferimentos foram bastante graves.

O motociclista ficou internado por 15 dias no hospital de Cotia para cirurgia e colocação de diversos pinos na perna. Ele conta ainda que viu muitas vítimas de acidente de trânsito nos dias que ficou internado: “Tem muito mais acidentado de moto do que de carro. É preciso fazer alguma coisa para diminuir isso, talvez uma faixa exclusiva”.

O motociclista defende ainda a importância da instalação de radares fixos a cada cinco quilômetros para um maior controle do trânsito na rodovia. Para justificar, relembra do acidente ocorrido em 7 de março deste ano, quando um veículo na contramão bateu de frente com outro, matando um casal. “O cara andou mais de vinte quilômetros na contramão e só parou porque bateu”.

Como podemos ver acima, duas histórias, dois finais diferentes. Um sobrevivente do violento trânsito da Grande São Paulo pôde contar o que viu e o que passou. O outro, deixou mãe, filha, parentes, amigos, sonhos… Destacamos aqui esses dois casos, mas os acidentes, os mortos e os sobreviventes, são diários.

E a pergunta que fica: o quanto mais o trânsito vai continuar a nos tirar?

Atitude covarde

05/08/2010

Por Rodrigo Cozzato

Na volta para casa, ontem, deparei-me com mais um acidente de moto, bem no começo da Raposo Tavares, após o segundo semáforo. Havia acabado de acontecer. Ao que tudo indica, uma motociclista se envolveu na batida. Três ou quatro outros motociclistas, solidários, pararam para auxiliá-la.

No entanto, o que chama a atenção é que não havia nenhum veículo parado no local. É  fato que havia um veículo envolvido, uma vez que a moto estava danificada e cacos de lanternas estavam espalhados pelo chão. Mas o carro não estava ali.

Muito provavelmente o motorista não parou para ver o que aconteceu. Temeroso, talvez, em ter causado algum dano físico à motociclista, ou mesmo pelo monte de motociclistas que param em cada acidente, o condutor simplesmente não parou. Preferiu seguir adiante sem preocupar-se com o que acontecera. Uma atitude covarde, convenhamos.

Primeiro que envolver-se em acidente com vítima e não prestar auxílio é omissão de socorro, portanto, crime que fere o artigo 135 do Código Penal, com pena de um a seis anos de prisão ou multa. (No Brasil, no entanto, é raro, raríssimo ver alguém condenado por esse crime) Segundo, que o motorista pode nem ter sido culpado, e são grandes mesmo as chances de isso ser fato, tendo em vista o modo inseguro e irresponsável que muitos motociclistas conduzem suas motos; ainda assim, ele, o motorista, optou por não parar.

Mais do que saber de quem é a culpa, quem causou, quem mudou de faixa, quem não freou, quem não sinalizou; mais do que o Código Penal, a pena, a multa. Estamos falando de seres humanos. De uma vida que estava caída ao chão à espera de socorro. Enquanto motocislistas odiarem motoristas, e o contrário também, dificilmente teremos paz no trânsito.

Passarela é para pedestres, não para motos

30/06/2010

Por Rodrigo Cozzato

O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) nem bem instalou algumas novas passarelas na Raposo Tavares e elas já estão servindo a pessoas que não têm o menor respeito ao próximo e às leis de trânsito: motociclistas que as utilizam para retornar.

Flagrei a cena duas vezes, tal qual é comum ver na Régis Bittencourt. Em uma delas, um entregador de comida chegou a “ultrapassar” um grupo de pedestres que descia pela rampa, na passarela do km. 27 da Raposo.

Os motociclistas acabam por confundir moto com bicicleta. Um ciclista desmontado e empurrando a bicicleta se equipara ao pedestre em direitos e deveres, diz o Código de Trânsito Brasileiro.

O mesmo não pode ser dito dos motocas, que descem da moto, a empurram e atravessam a passarela, andam na contramão ou sobre a calçada. Ainda assim, é infração de trânsito e está sujeito à multa. No caso das passarelas, a multa é gravíssima multiplicada por três, mais sete pontos na carteira de habilitação.

No caso da Raposo Tavares, é preciso duas coisas: primeiro, fiscalização por parte da Polícia Rodoviária. É inadmissível motociclistas usarem a passarela, reivindicação antiga dos pedestres, para retornar. Segundo, e não menos importante, que o DER conclua a obra por completo antes de entregá-la à população, colocando obstáculos que impeçam o acesso aos motociclistas mal-educados.

Sem luzes de freio

28/06/2010

Por Rodrigo Cozzato

Raposo Tavares, descida entre os kms. 11 e 10. Trânsito lento, todos freando. Mas, peraí, e esse C3 da foto, não freia? Ah, sim, freia. Mas as luzes não acendem. Por pura falta de manutenção e de cuidado do motorista, as luzes não acendem. Uma parada de menos de meia hora em um autoelétrico resolveria facilmente o problema.

Trafegar sem luzes de freio pode gerar multa (se houvesse fiscalização) e, não menos importante, pode causar acidente, já que quem vem atrás tem de adivinhar quando o motorista está brecando.

Foto: Rodrigo Cozzato

Cadê as luzes de freio do C3? Não tem

Fiscalização continua zero

21/06/2010

Por Rodrigo Cozzato

Ontem, precisei sair bem cedo de casa em razão de um compromisso em São Paulo. Domingão, 7h, a Raposo Tavares estava livre, livre. Porém, o que me chamou atenção foi não ter visto sequer uma viatura da Polícia Rodoviária. Nenhuma, em nenhum trecho em que os policiais costumam ficar parados.

No posto policial no km. 18, havia quatro viaturas paradas no estacionamento, perfiladas, com os highlights ligados, como numa demonstração de exibicionismo. E nada de policial na estrada.

Tá, era domingo cedo. A estrada estava vazia. Mas há aqueles apressadinhos de sempre, que mesmo com o trânsito fluindo bem andam a toda velocidade, costurando e ultrapassando pela direita. E nada de policial na estrada.

Sinceramente, não dá para entender por que a Raposo Tavares entre São Paulo e Cotia é tão negligenciada pelos policiais rodoviários. Não há um mínimo de fiscalização. A Raposo nesse trecho mais parece uma avenida, dada a quantidade de carros, motos, ônibus e caminhões. Parece, mas não é. É uma estrada, e tem de ser tratada como tal, pelos usuários e pela polícia.

Peculiaridades do dia a dia (3)

11/06/2010

Por Rodrigo Cozzato

Trânsito livre hoje pela manhã. Trafegava pela faixa da esqueda, 90 km/h, seguindo três veículos à frente, todos na mesma velocidade. Sob o Rodoanel, uma Suzuki Gran Vitara e uma motocicleta Honda CBR600 Hornet pareciam disputar uma corrida, um racha, sei lá. Só sei que os dois ultrapassaram-nos pela faixa da direita, bem acima de 100 km/h. E naquele lugar,  havia duas viaturas da Polícia Rodoviária. Os dois policiais estavam em pé, no acostamento, conversando sobre o tempo, a seleção, as eleições, vai saber, menos sobre fiscalizar o trânsito na Raposo Tavares, pois os dois apressadinhos aceleravam incólumes.

Mais uma passarela

08/06/2010

Por Rodrigo Cozzato

Cumprindo mais uma etapa das intermináveis obras, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) instalou na madrugada de hoje uma nova passarela de pedestres sobre a Raposo Tavares, desta vez no km. 22, ponto em que há grande número de pessoas cruzando a pista. A rodovia sofreu interdição parcial das 22h de ontem às 5h de hoje, com momentos de fechamento total.

Foto: Rodrigo Cozzato

Nova passarela, no km. 22 da Raposo Tavares

A passarela, no entanto, apenas foi colocada sobre os pilares, e ainda não está pronta para uso.

Mais atenção ao dirigir

07/06/2010

Por Fernando Pedroso

Como é comum, o trânsito estava parado na subida embaixo do Rodoanel. Parei atrás de um Gol preto e vi que o motorista se agachou para pegar alguma coisa que caiu no chão do banco do passageiro. Só que ele simplesmente se esqueceu de segurar o carro e eu tive de buzinar muito para que ele percebesse o que estava fazendo. Por sorte, parou o carro a, imagino, milímetros do meu.

Posso citar também uma vez que estava voltando para Cotia e parei no semáforo da rua Reação para pegar a Raposo. Eu era o primeiro da fila na faixa da esquerda e, ao meu lado, uma mulher conversava toda animada com uma amiga dentro de sua Zafira. De onde estávamos já dava para ver o congestionamento no meio da subida inicial da estrada. Por isso, saí devagar, já pronto para parar. Ela não. Acelerou com vontade e só parou na traseira de um Golf.

O primeiro exemplo, por sorte, ficou no quase. O segundo virou um acidente real, que poderia ter sido muito mais grave caso a Zafira tivesse desenvolvido velocidade maior. Os dois exemplos foram causados por pura falta de atenção, atitudes bobas que poderiam ser facilmente evitadas, mas acontecem aos montes.

Estar na direção de um carro exige 100% de dedicação. Eu sei que é difícil ficar horas no trânsito sem fazer nada, mas dirigir é uma atividade muito importante e não pode ser dividida com ações paralelas. Um vacilo pode custar uma vida, até mesmo a sua. Então, que tal deixar para ler aquela revista depois? Por que não parar no acostamento caso alguma coisa muito importante precise ser feita? Basta um pouco mais de atenção.

Uma foto

02/06/2010

Por Rodrigo Cozzato

Foto: Rodrigo Cozzato

Carga perigosa: caminhão circula na Raposo Tavares com uma enorme caixa d'água. A carga, segura apenas por cordas, balançava para todos os lados. Já o caminhão soltava uma espessa fumaça. Fiscalização?

Os novos e os velhos da Raposo (2)

01/06/2010

Por Rodrigo Cozzato

Mais uma da série carros novos e velhos que trafegam diariamente pela Rodovia Raposo Tavares com as mais diversas condições de manutenção. Na foto abaixo, uma minivam seguia tranquilamente sem as luzes de freio. Em certo trecho que eu seguia atrás, precisava adivinhar as freadas do motorista. O “chinezinho” ainda trocou de faixa várias vezes sem sequer da seta.

Foto: Rodrigo Cozzato

O "chinezinho" é novo, mas não tinha sequer uma luz de freio

Em outro momento, segui por um tempo ao lado do velho Opala da foto abaixo. O que um dia foi um belo e desejado automóvel, agora, no caso do exemplar flagrado, estava em péssimas condições. Escapamento balançando, ferrugem por todo lado, uma chave de fenda segurando o vidro lateral traseiro, um sem-fim de detalhes para se arrumar.

Foto: Rodrigo Cozzato

Opala sem o menor cuidado com manutenção, mas com luzes de freio

O “Opalão”, pelo menos, tinha luzes de freio. O curioso é que a grande maioria dos carros que vemos necessitam de pequenos cuidados, mas que refletem o desleixo de seus proprietários. A situação também reflete a fiscalização zero da Polícia Rodoviária na Raposo Tavares.