Por Rodrigo Cozzato
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Dia mundial sem carro
22/09/2010Duas histórias, dois finais diferentes
20/09/2010Por Rodrigo Cozzato
Após quase dois meses sem nenhuma novidade no blog do Acelera, Raposo!, eis que resolvo dar novamente as caras. Peço desculpa a você, leitor, pelo sumiço, mas diferentes compromissos profissionais e pessoais me forçaram a esse afastamento. E creio que o assunto aqui abordado mereça atenção maior do que apenas alguns poucos minutos por dia.
Nesse tempo, trafegando todos os dias pela Raposo Tavares, observei e refleti muito. Reparei que em quase dois meses longe dessas linhas, nada mudou. Nada. Os congestionamentos continuam iguais ou piores. A manutenção da rodovia é para inglês ver. O DER não acaba as obras nunca. A Polícia Rodoviária finge que fiscaliza. E os acidentes continuam a todo vapor.
Também durante esse tempo, recebemos alguns bons comentários de leitores ‘cobrando’ a volta do Acelera! E isso é muito gratificante, pois mostra que nosso trabalho é bem-feito. Fomos citados pelo jornal Visão Oeste, de Osasco (N.E.: o Acelera! é feito por mim, Rodrigo Cozzato, e por Fernando Pedroso). Porém, dois comentários em especial me chamaram atenção.
O primeiro, da leitora Luciana Fernandes, conta uma história triste. Ela é prima de um motociclista que morreu em acidente na Raposo em 29 de abril, o qual foi noticiado e amplamente repercutido por nosso blog. Segundo Luciana, seu primo, o qual ela chama de Zé, tinha 28 anos, era filho único e deixou uma filha de 3. Ainda de acordo com a leitora, a família ainda não superou a morte do motociclista, principalmente a mãe dele.
“O Zé era a razão do seu viver. Em sua residência, moravam somente ele e sua mãe. Zé era um primo muito alegre, extrovertido, cativava qualquer pessoa que com ele fazia amizade. Estava realizando seu sonho, estava tão feliz por ter conseguido bolsa de estudos, ele estava no seu terceiro mês de faculdade, mas não deu tempo”, relata Luciana.
Já o segundo, de José Mário Cândido, também relata um acidente, mas este sofrido por ele próprio. Cândido relata que trafegava de moto pela primeira vez na Raposo Tavares e que teria perdido o controle em uma curva próxima ao Rodoanel. Pelas fotos enviadas por e-mail e pelo relato, os ferimentos foram bastante graves.
O motociclista ficou internado por 15 dias no hospital de Cotia para cirurgia e colocação de diversos pinos na perna. Ele conta ainda que viu muitas vítimas de acidente de trânsito nos dias que ficou internado: “Tem muito mais acidentado de moto do que de carro. É preciso fazer alguma coisa para diminuir isso, talvez uma faixa exclusiva”.
O motociclista defende ainda a importância da instalação de radares fixos a cada cinco quilômetros para um maior controle do trânsito na rodovia. Para justificar, relembra do acidente ocorrido em 7 de março deste ano, quando um veículo na contramão bateu de frente com outro, matando um casal. “O cara andou mais de vinte quilômetros na contramão e só parou porque bateu”.
Como podemos ver acima, duas histórias, dois finais diferentes. Um sobrevivente do violento trânsito da Grande São Paulo pôde contar o que viu e o que passou. O outro, deixou mãe, filha, parentes, amigos, sonhos… Destacamos aqui esses dois casos, mas os acidentes, os mortos e os sobreviventes, são diários.
E a pergunta que fica: o quanto mais o trânsito vai continuar a nos tirar?
Atitude covarde
05/08/2010Por Rodrigo Cozzato
Na volta para casa, ontem, deparei-me com mais um acidente de moto, bem no começo da Raposo Tavares, após o segundo semáforo. Havia acabado de acontecer. Ao que tudo indica, uma motociclista se envolveu na batida. Três ou quatro outros motociclistas, solidários, pararam para auxiliá-la.
No entanto, o que chama a atenção é que não havia nenhum veículo parado no local. É fato que havia um veículo envolvido, uma vez que a moto estava danificada e cacos de lanternas estavam espalhados pelo chão. Mas o carro não estava ali.
Muito provavelmente o motorista não parou para ver o que aconteceu. Temeroso, talvez, em ter causado algum dano físico à motociclista, ou mesmo pelo monte de motociclistas que param em cada acidente, o condutor simplesmente não parou. Preferiu seguir adiante sem preocupar-se com o que acontecera. Uma atitude covarde, convenhamos.
Primeiro que envolver-se em acidente com vítima e não prestar auxílio é omissão de socorro, portanto, crime que fere o artigo 135 do Código Penal, com pena de um a seis anos de prisão ou multa. (No Brasil, no entanto, é raro, raríssimo ver alguém condenado por esse crime) Segundo, que o motorista pode nem ter sido culpado, e são grandes mesmo as chances de isso ser fato, tendo em vista o modo inseguro e irresponsável que muitos motociclistas conduzem suas motos; ainda assim, ele, o motorista, optou por não parar.
Mais do que saber de quem é a culpa, quem causou, quem mudou de faixa, quem não freou, quem não sinalizou; mais do que o Código Penal, a pena, a multa. Estamos falando de seres humanos. De uma vida que estava caída ao chão à espera de socorro. Enquanto motocislistas odiarem motoristas, e o contrário também, dificilmente teremos paz no trânsito.
Ainda sobre a curiosidade
27/07/2010Por Rodrigo Cozzato
Por volta das 9h de hoje, o trânsito sentido São Paulo na Raposo Tavares travou já no km. 25. Parei num hipermercado e aproveitei para fazer a foto. Pensei comigo: “Hoje não chego ao trabalho”. Ledo engado. O porquê do engarrafamento estava logo à frente, no km. 21. Um acidente com moto. O mais impressionante? O fato ocorrera sentido interior. É que quem seguia sentido capital estava curioso para ver, e aí, sabe como é, né?! A partir dali, o trânsito estava normal.
Estrada do Embu: a novela continua
22/07/2010Por Rodrigo Cozzato
Após quase oito meses de obras, finalmente parece que o acesso entre as estradas do Embu e Capuava será reaberto. A rua de quarteirão único desmoronou sobre um hipermercado que fica ao lado em janeiro deste ano em consequência das chuvas. Desde então, o local concentra grande número de caminhões, tratores e máquinas, atrapalhando o já confuso trânsito na região.
A prefeitura e a secretaria de Obras de Cotia prometiam entregar a obra há tempos, mas a data oficial se tornou 10 de julho. Novamente adiada, a rua deveria estar pronta e liberada ontem, 21 de julho. A expectativa é que os carros pudessem passar por lá, nem que fosse à noite. Mas o acesso segue fechado. Hoje pela manhã, operários davam os últimos retoques e limpavam o local.
É possível que a liberação aconteça hoje. Sendo assim, motoristas que trafegam pelo local esperam que os congestionamentos, principalmente pela manhã e à tarde, diminuam.
A secretaria de Obras promete ainda a construção de ilhas para separar e organizar o trânsito, semáforos, baias para paradas de ônibus e recapeamento da Estrada do Embu. Tomara mesmo, pois aquela região está abandonada há muito tempo, e a falta de estrutura e os congestionamentos que acontecessem por ali refletem diretamente na Raposo Tavares.
Obras que não acabam nunca
19/07/2010Por Rodrigo Cozzato
A Raposo Tavares mais parece um canteiro de obras a céu aberto do que propriamente uma rodovia. São “melhorias” para todo canto, e o mais impressionante é que elas, as melhorias, não acabam nunca. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), responsável pelas obras, determinou que o prazo para que a rodovia estivesse pronta seria em julho de 2009. Obviamente não foi concluída. O prazo foi prorrogado para 28 de fevereiro de 2010, e posteriormente para 11 de março. Estamos em julho, e nada mudou.
O que mais tem chamado atenção nas últimas semanas é a construção de muros sob as passarelas de pedestres, obras que têm lá seus questionamentos quanto sua necessidade; porém, o DER se defende dizendo que os muros forçam os pedestres a cruzar a rodovia pelas passarelas. Não fosse o horário em que a empreiteira realizasse a construção do muro, talvez nenhum motorista percebesse. No entanto, muitas vezes a obra é realizada durante o dia, nos finais de semana ou mesmo em dias úteis, conforme relato de Fau Barbosa, do Portal Viva!
Outro ponto é a falta de manutenção. A rodovia contém muita sujeira encostada ao muro, a maior parte resquícios de acidentes, solas de pneus de caminhões e animais mortos. Tudo isso é um ingrediente a mais para causar acidentes.
É preciso ressaltar que alguns trechos entre os kms. 26 e 31 receberam nova sinalização das faixas. Mas parece pouco perto do que precisa de fato ser feito, como por exemplo melhoria de placas; acessos e saídas de bairros; recuos para pontos de ônibus; recapeamento de asfalto; instalação de obstáculos nas passarelas para evitar acesso a motos; e fiscalização, sempre.
O trecho entre os kms. 10 e 31 é de responsabilidade do DER; a partir dali, a rodovia é privatizada. O que dá a impressão é que o trecho considerado urbano da Raposo Tavares, e de tutela do governo, terá suas melhorias entregues à população às vésperas das eleições. Esses 21 quilômetros, aliás, são um dos poucos em todo o Estado ainda sob supervisão do DER. Uma privatização – e um pedágio – é tudo o que falta para essa região (e tudo o que a população não quer).
A chuva e o semáforo
15/07/2010Por Rodrigo Cozzato
Além da chuva, que normalmente deixa o trânsito ruim, hoje o usuário da Raposo Tavares se deparou com um problemão: os semáforos do km. 11 deixaram de funcionar. Por conta disso, DER e Polícia Rodoviária bloquearam a faixa da direita no local para “organizar” o trânsito.
Porém, formou-se um megacongestionamento como não se via há muito tempo. As filas começaram no km. 21, pouco antes do Rodoanel, e seguiram até o semáforo. De lá até o início da rodovia, o trânsito fluía sem problemas. Com todo o respeito ao DER e à Polícia Rodoviária, mas não havia o menor sentido em estreitar a faixa no local, pois o acesso da Rua Benjamim Mansur à rodovia sentido São Paulo estava fechado.
A pergunta que fica é: demora tanto assim para resolver um semáforo com problemas? Pois eu fiquei sabendo do problema coincidentemente ao sair de casa, pelo rádio, e cheguei ao local 50 minutos depois, e ainda nada havia sido consertado.
Como nos velhos tempos
14/07/2010Por Rodrigo Cozzato
Se o trânsito estava bom ontem mesmo com chuva (ver post anterior), o mesmo não se pôde dizer hoje. Quem trafegou pela Raposo Tavares nesta manhã entre Cotia e São Paulo, se deparou com um congestionamento como não se via há tempos.
A chuva ajudou no congestionamento, sim, mas o grande vilão das intermináveis filas continuam sendo os motoristas que se sentem acima dos outros e ziguezagueam de lá pra cá, de cá pra lá. Por exemplo, as filas começavam no km. 24 e iam até o acesso à Avenida Politécnica, como sempre.
É que muitos trafegam pela faixa da esquerda e cruzam as outras duas faixas a apenas 50 metros do acesso, fazendo com que os que vêm atrás tenham de frear. O resultado: oito quilômetros de lentidão. Após a Politécnica, a pista seguiu livre até os semáforos.
Como ontem, agora é torcer para que o trânsito esteja bom na volta para casa. Mesmo com chuva.
Trânsito bom mesmo com chuva
13/07/2010Por Rodrigo Cozzato
A Raposo Tavares é uma rodovia que para por qualquer motivo. Seja um carro parado no acostamento por um pneu furado, por um ônibus desembarcando passageiros, por acidentes, pela curiosidade pelos acidentes, pelas manobras muitas vezes perigosas, por carros lentos na faixa da esquerda e pelos velozes na direita; a Raposo sempre para.
Quer adicionar um ingrediente voraz em tudo isso? A chuva. Nem precisa ser uma chuva torrencial, bastou uma garoa para todo mundo diminuir a velocidade, meter o pé no freio e causar uma série de acidentes pequenos, engavetamentos, o que piora de vez os congestionamentos.
Pois hoje cedo a região metropolitana de São Paulo acordou com chuva após quase dois meses de estiagem. Para temor dos motoristas mais atentos, que logo pensaram no imenso trânsito que iam enfrentar logo cedo, isso não aconteceu. Mesmo na Raposo Tavares.
Às 9h, havia pontos de lentidão entre o Rodoanel e o acesso à Avenida Politécnica. O trânsito parava mesmo a partir do km. 14 por causa do excesso de carros e os semáforos. Nada de anormal aí. Mesmo em São Paulo, o índice de congestionamento era baixo para o horário. Uma explicação para isso talvez seja o período de férias escolares.
Agora, é torcer que a volta para a casa também seja tranquila, uma vez que há previsão de que a chuva continue durante o dia.
Acabou o patriotismo
06/07/2010Por Rodrigo Cozzato
A foto acima retrata bem o espírito (pouco) patriótico da maioria dos brasileiros. A bandeira brasileira, que antes tremulava orgulhosa em algum carro, agora está caída num canto qualquer da Raposo Tavares, e se junta ao lixo de garrafas, embalagens, bitucas de cigarros, entre outros, que vão entupir os bueiros na próxima chuva.