Por Fernando Pedroso
Foto: Rodrigo Cozzato
Sexta-feira, todo mundo doido para chegar em casa. Dou uma olhada no site da CET para ver o índice de congestionamento e saio do escritório, no Itaim-Bibi, às 19h30. Chegando perto da Raposo Tavares, vejo que o trânsito não está para brincadeira. Sintonizo uma rádio de notícias e ouço que um caminhão tombou no Rodoanel, afetando Raposo Tavares, Régis Bittencourt e Castello Branco.
Entro na rodovia e vou, a passos de tartaruga, em busca de novas informações. Vou ligando para vários conhecidos para saber de caminhos alternativos e só o que consigo ouvir é que não há para onde correr. Vejo pelo retrovisor três rapazes andando entre os carros. Não sei do que se trata, então o jeito é tomar cuidado. Um senhor à minha frente desce do carro, preocupado, e diz que já foi assaltado em uma situação parecida.
Ligo o motor, o ar-condicionado e aumento o som. O jeito é relaxar e esperar. As pessoas descem dos ônibus e vão a pé. Vejo um conhecido, o chamo, mas ele deixou a mochila no coletivo, não tinha como buscar. Perdeu a carona, coitado. Se bem que não ia adiantar nada. A única vantagem era ter alguém para bater um papo, mas ficaríamos ali, no mesmo lugar.

Caos em forma de trânsito; acidente no Rodoanel complicou a vida de quem pretendia chegar em casa na última sexta-feira
As motos passam rápido. Acelerando e buzinando, tirando um sarro de nós, motoristas. Malditos sortudos que chegaram em casa cedo. Eu nem cheguei. Parei na casa da minha noiva, dormi por lá, já era mais de 22h. Antes disso, falei com outras pessoas que trataram de se arranjar em São Paulo mesmo. Quem tinha planos, desmarcou. Chegou tarde, perdeu tempo. O ácido do caminhão, que capotou em uma reta de quatro faixas, corroeu a sexta-feira. Não só minha, mas a de todos nós, reféns de uma estrada chamada Raposo Tavares.
Tags: Acidente, congestionamento, Rodoanel
22/03/2010 às 4:31 PM |
nunca, vivendo em SP ou Cotia, vivi situação parecida com esta. Também procurei atalhos e até encontrei um, indicado pela própria rádio, que acabou me ajudando a andar três kms para frente via Jd. Bonfiglioli. Mas não foi o suficiente para ficar quase 4 horas suando num carro SEM AR CONDICIONADO.
Parabéns pelo post, Fernando.
Abs.
Thiago
23/03/2010 às 11:16 AM |
E alguém duvida que um problema semelhante como este estará longe de ocorrer novamente?
Isso aqui está abandonado! Não tem fiscalização, pedágio é alto, cobrança desigual, a pista não é lá uma Brastemp e poucos reclamam.
A maioria das pessoas fica indignada, esbraveja pra todos os lados, mas passou o caminhão tombado ou qq outro problema, vira as costas e esquece.
Enquanto a maioria esquecer, a minoria fará o mesmo. Esqueça você também!
23/03/2010 às 2:07 PM |
Foi um caos!!
Já vi situação parecida em outro acidente há alguns anos. Moro no KM 10,5 em uma rua paralela à Raposo, vejo os acidentes de camarote em uma curvinha que a galera adora acelerar à noite e às vezes ficam por lá.
Mas este foi um inferno mesmo. Estava de ônibus, desci perto da construção do metrô e fui andando até minha casa – eu e mais dezenas de pessoas. Minha mãe demorou mais de três horas para percorrer um caminho na Raposo que fazia em 20 minutos.
Fernando, além de ter gostado muito do blog, gostei também do post. Um texto muito bom.
Beijos