Por Rodrigo Cozzato
Na última sexta-feira, o usuário da Raposo Tavares presenciou na volta para casa um dos maiores congestionamentos da história da rodovia. Muitos desistiram de voltar e dormiram pelo caminho, na casa de parentes ou amigos. Como foi o caso do meu colega do blog, Fernando Pedroso, que dormiu na casa da noiva dele.
O que chamou minha atenção em um texto dele sobre o fato é que ele se referiu às motos como sendo os únicos veículos capazes de transitar por aquele mar de carros parados. “Malditos sortudos que chegaram cedo em casa”, disse Pedroso. As motos circulam pelos corredores, não ficam engarrafadas e, claro, todos chegamos mais cedo em casa.
Mas andar de moto é tão simples assim? É tão gostoso? É e não é. Explico. Eu adoro andar de moto, qualquer que seja ela, pequena, grande, esportiva, custom, estradeira, trail… O faço há mais de quinze anos. A sensação de liberdade, o vento no rosto, a agilidade, a rapidez, a economia de combustível, tudo é atrativo para tornar o passeio mais gostoso.
Porém, andar de moto pela Raposo Tavares não é tarefa fácil. O trânsito é nervoso por natureza. Há muitos carros, ônibus e caminhões. Não há sequer, em dias normais, cem metros de pista livre à frente; as motos trafegam pelo corredor em todo seu trajeto.
Eu vou ao trabalho sobre duas rodas por extrema necessidade. Faço tranquilamente em 20, 25 minutos o que de carro faço em, no mínimo, uma hora e meia. Não gosto de pilotar sob essas condições. Prefiro pegar a Raposo sentido interior aos fins de semana, ir até São Roque, Ibiúna, curtir a paisagem, a pista livre, e aproveitar o que a região oferece.
Durante a semana, repito, utilizo a moto unicamente por uma questão de facilidade. Não é gostoso, pois chego ao trabalho com cheiro de fumaça; se chover, tem todo o trabalho de vestir a roupa de chuva, o barro, a sujeira — sem contar o risco de acidentes, que aumenta consideravelmente.
Ando sim pelo corredor, mas ando com consciência, numa velocidade segura, sem me preocupar se lá na frente alguém está mudando de faixa; é só diminuir a velocidade. Ando tranquilo, dou passagem aos motocas mais apressados e chego sossegado, ao trabalho e em casa. Confesso que ir de carro é mais confortável, dá pra ouvir música, não pega o cheiro de fumaça… Mas demora muito mais.
Fique tranquilo, eu não sou um dos motociclistas que vai se enroscar com você no trânsito da Raposo. Além de me preocupar com a minha e a sua segurança, tudo o que eu quero é chegar em casa. E bem.
Tags: Moto
25/03/2010 às 5:14 PM |
Andei muito de moto – mais de 6 anos – passeando e no dia a dia paulistano. Concluo, sem medo de errar ou exagerar, que nosso Código Nacional de Trânsito praticamente ignora motos, o que se estande para a sinalização viária. A única boa solução que vi em muitos anos foram as faixas da Av. Sumaré; até agora, lamentavelmente, nasceram e morreram lá. Quanto ao CNT, acho necessário trânsito – ocupação de espaço urbano e deslocamento do cidadão – fazer parte da grade de matérias obrigatórias do ensino de 1o. e 2o. grau. Direito Civil também precisaria ser ensinado no 2o. grau, para definições de direitos e deveres de pedestres e motoristas de todos os tipos de veículos urbanos e rodoviários.
25/03/2010 às 6:11 PM |
post sen-sa-cio-nal.