Lugar de pedestre é na passarela

Por Fernando Pedroso

A Raposo Tavares, mais especificamente no trecho mais movimentado – entre Cotia e São Paulo –, tem um enorme movimento de pedestres. O DER está gastando uma boa grana na reforma dessas úteis passagens para quem precisa atravessar a rodovia com segurança. Investimento mais do que justificado, já que vai trocar escadas por rampas a fim de melhorar a vida das pessoas portadoras de deficiências.

Mas uma boa parcela desse dinheiro está sendo jogado fora para aumentar as muretas em baixo das passarelas. Sim, jogado fora não por ser uma obra desnecessária, mas sim por ser uma obra que deveria ser desnecessária. Ela existe porque ainda tem gente que prefere se arriscar no asfalto ao invés de caminhar alguns metros para chegar até uma passagem suspensa.

Para proteção desses indivíduos, já foram colocadas grades sobre a mureta, mas os mesmos indivíduos a vandalizaram. Quando não, se aproveitavam nos vãos dos postes para forçar uma passagem. Vão me desculpar, mas quem faz isso não deveria merecer a preocupação dos órgãos públicos, que realiza as obras para tentar economizar no gasto com saúde e socorros dos atropelados.

Mesmo com passarelas, pedestres se arriscam

Eu tenho uma opinião bastante criticada por alguns amigos e apoiada por outros, ou seja, bem polêmica. Eu acho que deveria haver uma lei que livrasse o motorista da culpa em caso de atropelamento a 500 metros antes e depois de uma passarela. E ainda a vítima ou a família dela deveria arcar com as despesas do conserto do carro e danos morais, já que atropelar uma pessoa não deve ser fácil emocionalmente.

O culpado, afinal, não é mesmo o motorista, que trafega em sua faixa de rolagem, mas do pedestre, que ignora a passagem suspensa e se arrisca por conta própria. E, infelizmente, o que acontece é exatamente o contrário do que penso. O motorista que porventura tira a vida de um pedestre, independente de onde e como, será julgado por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar.

E não me entendam mal. Não defendo o extermínio de pedestres irresponsáveis. Apenas defendo o motorista caso ele realmente não tenha culpa na história toda.