Por Rodrigo Cozzato
Há meses vemos obras intermináveis e não concluídas na Raposo Tavares. Muitos as chamam de “perfumaria”, que não vão resolver os problemas dos congestionamentos de fato. Porém, o problema maior não é a falta de pontos de ônibus, de recuos, acostamentos, etc.; é o que está ao lado da rodovia.
Pela manhã, no sentido São Paulo, é possível notar que o trecho sul do Rodoanel conseguiu desafogar o tráfego pesado de caminhões, mas ainda assim se vê pontos de lentidão justamente em acessos e saídas da Raposo.
É o caso da subida logo após o acesso à estrada do Embu. Caminhões pesados saem daquele trecho e, logo na subida, enfrentam dificuldade para desenvolver maior velocidade. E tem os “apressados”, caminhões a 30 km/h que vão para a faixa do meio para ultrapassar outro que está a 25 km/h. Em meio a isso, há as lotações, micro-ônibus, carros, motos, que se misturam e complicam ainda mais a lentidão.
Mais à frente, há outros dois trechos parecidos. A saída do Rodoanel, que costuma travar pela manhã, e o acesso à avenida Politécnica. Vários carros que vão acessá-la trafegam pela faixa da esquerda, e só vão para a direita em cima da hora.
Na volta para casa, à noite, a cena se repete. Primeiro, a saída do Jardim Peri-Peri. À frente, no quilômetro 14,5, há um acesso para diversos bairros da Zona Oeste. Quem precisa entrar ali, muda de faixa em cima da hora. O acesso ao Rodoanel mais uma vez complica o trânsito, que para de vez na subida do quilômetro 22; não é raro ver caminhões nas três faixas em plena subida, um querendo ultrapassar o outro. Ali o congestionamento passa dos dois quilômetros.
Outros acessos, como para os condomínios do quilômetro 26,5, a estrada Fernando Nobre e o retorno do quilômetro 30, também tiram a paciência do motorista, mas o que tem se mostrado realmente insuportável é o acesso à estrada do Embu, no quilômetro 26. O congestionamento para acessar a estrada ou fazer o retorno muitas vezes chega a três, quatro quilômetros.
Logo ao acessar a estrada do Embu, há uma rua interditada ao lado de um hipermercado, que foi destruída pelas chuvas de janeiro. Essa rua dava acesso à estrada do Capuava, que tem diversos condomínios.
O desabamento da rua começou a ser recuperado, mas a obra, que não termina nunca, se soma a um sem-número de carros e motos, ônibus e lotações que param no meio da rua, um cruzamento sem qualquer sinalização, a entrada e saída de veículos no hipermercado e, principalmente, grandes caminhões que acessam ou vêm da Régis Bittencourt para não pagar pedágio no Rodoanel. No sentido bairro/Raposo o congestionamento às 18h30 passa dos dois quilômetros. Sem contar o asfalto da rua, que é péssimo.
Claramente, fica evidente que o problema da Raposo Tavares não são as curvas, as subidas, as três faixas, mas sim as vias de acesso à rodovia, que despejam um número absurdo de veículos de todos os tamanhos, complicando demais o já caótico trânsito, que não absorve a demanda. Há também os incontáveis condomínios que aparecem à beira da Raposo da noite para o dia. Mas esse é um outro assunto…
Tags: congestionamento, Raposo Tavares, Trânsito
05/05/2010 às 8:09 PM |
Ótimo artigo, bem detalhado e focado. Os acessos de tráfego pesado certamente exigem pistas de aceleração e desaceleração bem maiores e melhor sinalizadas e demarcadas, com “tartarugas” e faixas. Só um adendo: acredito que ainda assim não se resolveriam os congestionamentos, filas, etc. É absolutamente necessário e urgente construir avenidas para tráfego local na Granja Vianna e para ligação Centro-Granja. Certamente não é fácil, mas não há outra solução. Certamente muitas cidades de topografia difícil como Cotia passaram por isto um dia.